No nosso quotidiano utilizamos muitas vezes a palavra CUIDAR, cuidar de nós próprios/as, cuidar da outra pessoa, cuidar do meio ambiente. Também no dia-a-dia das nossas Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas esta é uma palavra comum para quem lá trabalha. É, assim, importante refletirmos sobre o significado desta palavra, principalmente colocando a tónica no motivo pelo qual cada utente ali está sobre a condição de ser cuidado/a. Etimologicamente, a palavra cuidar vem do latim cogitare que significa pensar; para poder cuidar de algo ou alguém, precisa-se, antes, pensar na pessoa. Significa ainda, “zelar pelo bem-estar, ocupar-se de, tratar de, sustentar”.
Neste sentido, cuidar de alguém implica ter responsabilidade sobre este alguém. No cuidar, principalmente num lar para pessoas idosas, em que, atendendo à idade e às patologias inerentes à mesma, quem cuida por vezes sente que tem alguma supremacia sobre a pessoa cuidada, nomeadamente na tomada de decisões. É, por isso, importante salientar que cuidar é também saber respeitar o potencial de cada um/a, é ser paciente e perceber que cada pessoa tem ritmos diferentes a realizar a mesma tarefa, é saber identificar as dificuldades e dar ferramentas para as ultrapassar. Cuidar tem que ser mais do que ser assistencialista….Contudo, será então possível que haja uma atitude de cuidado sem haver uma relação afetiva?
Andreia Vieira
Psicóloga
Diretora Técnica ERPI2