Cuidar de quem cuidou – “Dinâmicas familiares da pessoa com deficiência e incapacidade – desafios”

O aumento da esperança média de vida, também para as pessoas com dificuldades intelectuais de desenvolvimento ou outras situações de vulnerabilidade e dependência, tem criando novos paradigmas e desafios aos/às cuidadores/as, formais ou não.

Sendo habitualmente a família o principal esteio, nos cuidados à pessoa com dependência, o envelhecimento dos/as cuidadores/as primários/as, maioritariamente os pais e mães, implica repensar as estratégias de auxílio e acompanhamento a estas famílias e um novo olhar sobre as dinâmicas familiares que se instalam.

O envelhecimento dos/as cuidadores/as, a perda financeira associada à conclusão da atividade profissional, a diminuição das competências funcionais e instrumentais e, muito frequentemente, o aumento exponencial dos problemas de saúde nas duas gerações, tornam os cuidados ainda mais exigentes e laboriosos. Na impossibilidade da continuação do apoio pelos provedores iniciais, a mudança de residência/cuidadores/as, a alteração Acompanhante/Representante Legal ou a institucionalização, tornam-se cenários possíveis, mas nunca fáceis.

Torna-se imperiosa a articulação com os serviços formais de apoio e o estabelecimento de alianças que tranquilizem e assegurem a qualidade/continuidade do cuidado. Idealmente esta sinergia deve ser antecipada e não surgir de forma remediativa, permitindo o trabalho de reparação emocional necessária à família.

Cuidar de quem cuidou, é o mote e um desafio cada vez maior para as organizações sociais mas, também, para a sociedade civil.

Por Deolinda Oliveira
Psicóloga

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