As nossas vidas e o Corona Vírus

O novo Corona Vírus entranhou-se nas nossas vidas de forma insidiosa e incontornável, Pusemos em stand-by os beijos, os abraços, a proximidade física. Olhamos com desconfiança quem se aproxima e automaticamente recuamos para a nossa área de segurança, que deixou de ser a nossa zona de conforto.
O tempo é de incerteza, de semblante carregado mas também de autoconhecimento e reflexão. Há um desequilíbrio entre as nossas competências e a capacidade de fazer face a este desafio o que nos provoca ansiedade e angústia. Estamos a reagir normalmente a uma situação que é anormal. É tempo de aguçarmos a criatividade e sermos unidos, de ligar aos amigos ou familiares e usar e abusar das videochamadas ou plataformas digitais. De “arrumarmos a casa”, metafórica e literalmente. De sair da cama, de cumprir uma rotina, de fazer uma alimentação saudável, de estarmos em família, ainda que virtualmente, e praticarmos uma comunicação positiva. De sermos mais espirituais, se nos conforta, ou mais pragmáticos, se nos tranquiliza.
A ansiedade, o medo, o pessimismo são respostas normais. A pandemia, não. A nossa capacidade de relativizar é-nos condicionada pela ausência de experiências semelhantes, mas o controlo da ansiedade continua a ser nosso.
Com os mais pequenos ou com as pessoas de maiores dificuldades cognitivas importa ajustar o discurso à sua capacidade de compreensão. É preciso informar sem alarmismos, desconstruir as notícias e clarificar conceitos. E manter rotina. Os hábitos tranquilizam-nos; dão-nos controlo. Sei o que vou fazer, como o vou fazer e quando vou fazer, sei o que acontece a seguir. Para todos, mas especialmente para os mais vulneráveis, a previsibilidade conforta.

Fiquem bem!

Por Deolinda Oliveira
Psicóloga

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