A pergunta obriga à reflexão entre a diabolização dos equipamentos electrónicos na educação ou a sua incorporação como ferramenta pedagógica e educativa. A sua presença e utilização são imprescindíveis e alteraram toda a nossa forma de agir. Já não escrevemos ao Pai Natal, mandamos-lhe um e-mail, #aminhalistadeexigenciaseesta.
Os equipamentos electrónicos foram concebidos para “prender” a atenção do utilizador através de mudanças rápidas de estímulos. São apelativos, interactivos, não desmotivam nem se zangam. Não nos pedem muito, senão que os liguemos e a nossa total e exclusiva dedicação…
Contudo, não diabolizemos os pobres fantásticos equipamentos, pois estes podem ser aliados fortes na motivação para o ensino/aprendizagem de conteúdos mais complexos, podendo tornar as aprendizagens escolares mais atrativas e acessíveis a todas as crianças. Mas, para tudo na vida, é necessário moderação e um uso regrado. Definamos tempos para a sua utilização, façamos a monitorização dos conteúdos a que as crianças tenham acesso, e que sejamos o seu modelo. Fazer consumos em doses moderadas, alternando com a prática de desporto ou a realização de passatempos. Optar pelo acesso a jogos educativos ou pedagógicos, onde os modelos comportamentais são mais adequados, que nos jogos de ação/aventura. Ganhar tempo com a criança, explicando-lhe a diferença entre fantasia e realidade e brincando com ela.
Os equipamentos electrónicos são poderosas ferramentas educativas mas não os artesãos da educação. Não substituem os pais e mães, nem o tempo de qualidade com os/as filhos/as, nem os/as educadores/as, nem podem concorrer a essa função.
Por Deolinda Oliveira
Psicóloga