Porque é que umas pessoas estão mais capacitadas do que outras para enfrentar contratempos, superar obstáculos e ver as dificuldades sob uma perspetiva diferente?
Durante este período de pandemia esta questão colocou-se inúmeras vezes.
Afinal de contas o que nos distingue?
Eu diria que a diferença reside frequentemente nas capacidades a que chamamos inteligência emocional, que inclui o autocontrolo, zelo, a persistência, bem como a capacidade de nos auto motivarmos.
A inteligência emocional é uma forma de nos relacionarmos e de interatuarmos com os outros e com tudo o que nos rodeia, englobando aptidões como o controlo de impulsos, a motivação, a perseverança, a empatia ou a agilidade mental.
Todas estas características se mostraram fundamentais para conseguirmos gerir o turbilhão de emoções a que temos estado sujeitos devido à pandemia.
A inteligência emocional é uma forma diferente de inteligência, composta principalmente de autoconhecimento, habilidade social e a capacidade de perceber sentimentos alheios, contudo, é uma capacidade que pode ser trabalhada e melhorada.
São as emoções negativas as principais responsáveis pelos deficits de atenção e concentração, que por consequência interferem com a capacidade cognitiva. Durante este período tem sido fundamental criar momentos de felicidade, pois é a felicidade que vai inibir os sentimentos negativos e silenciar os pensamentos e as preocupações.
A raiz do altruísmo reside na empatia, na capacidade de ler as emoções dos outros, como tal, quem é incapaz de sentir as necessidades ou o desespero de outra pessoa, terá muita dificuldade em saber amar o outro.
Sentir com o outro, sentir como se fosse o outro, entender como o outro se sente tem sido o grande desafio desta pandemia.
Não nos esqueçamos de transmitir segurança e tranquilidade para quem depende de nós, o contacto com os outros mesmo que não presencial é fundamental.
Gisela Macedo
Diretora da Estrutura Residencial para idosos 1