É entre o nascimento e os dois anos de idade que se dá o processo de aprendizagem mais intenso do ser humano. Todos os estímulos aprendidos nesse intervalo de tempo serão decisivos para a formação das conexões neurais no cérebro, o que não acontece com a mesma intensidade noutras etapas da vida.
A música produz no/a bebé uma ativação cerebral, desenvolvendo habilidades socioafetivas essenciais, assim como também a linguagem, o pensamento e as habilidades físicas.
Muitos são os benefícios da música na primeira infância, tais como: estabilizar o humor, trazer tranquilidade, favorecer o desenvolvimento motor, melhorar a socialização, estimular a cooperação e construir relacionamentos. Estudos comprovam que o estímulo musical é fundamental para o desenvolvimento neurológico, tanto é que as crianças que são expostas às canções desde antes de virem ao mundo, aprendem a ler e a escrever com maior facilidade.
Todos os seres humanos precisam de se mexer e todas as culturas possuem uma longa história de canto e dança. Não precisamos de saber cantar ou tocar música bem para que as crianças apreciem música. Se nós apreciarmos, elas apreciarão também. As crianças, ao ouvirem música, começam a mexer-se instintivamente, é algo que lhes é intrínseco.
O recurso à canção deve ser recorrente. Numa primeira fase, para desenvolver o ouvido, a capacidade rítmica e a coordenação motora, e depois para uma correta produção vocal, de postura e de respiração. Ouvir música variada, fazer danças de roda, construir e explorar brinquedos rítmicos são atividades que dinamizamos no nosso dia-a-dia com as nossas crianças e que também podem vir a ser feitas em casa.
A estimulação musical deve ser indissoluvelmente sensorial, emocional, gestual e cultural, enquadrando-se na formação da criança. A aprendizagem da música na infância é uma mais-valia de um valor indubitável. É mais uma forma de expressão que o ser humano tem para ser mais completo.
Maria Bio
Educadora de Infância