Mais um ano que acaba, para muitos/as uma nova etapa começará…. Muitas lembranças ficam e vão, muitas histórias para contar, muitos sonhos realizados e outros tantos por realizar, com certeza. É esta a dinâmica da vida, e é nestes encontros e despedidas, pausas e recomeços, que vamos vivendo e aprendendo a cada dia, uns/umas com os/as outros/as. E é por este aprender diário que em jeito de mensagem vimos agradecer a toda a comunidade escolar (crianças, pessoal docente e não docente, técnicos e pais) pela contribuição dada em mais uma caminhada.
Cada ano parece que passa mais rápido. A cada ano mudamos um pouco, evoluímos, acreditando (pois só assim é possível fazer do sonho, realidade…) que a vida e o mundo serão melhores. O nosso objetivo é e será sempre ter como razão e propósito do nosso empenho, as crianças, numa busca constante de informação e de formação. Numa entrega diária de afeto, respeito pelas emoções e individualidade de cada um/a e sermos instituição física e afetiva numa só.
Porque…
Porque é muito melhor aprender e ensinar quando existe afeto. E, afeto, não são só beijinhos e palavras meigas. Afeto é afetar, é um compromisso de transformar o/a outro/a. É desafiar e abrir caminhos. É dar as mãos, é generosidade e empatia. Não se educa sem generosidade, humildade e empatia.
Devemos todos/as aproveitar este período de descanso e pausa para refletirmos sobre esta questão, a escolha de sermos educadoras/es deveria passar por esta reflexão. Serei capaz de me entregar com afeto?
Somos marcados/as por mapas afetivos, para sempre. O nosso está presente no planificar de atividades e parâmetros a atingir assim como no nosso tom de voz, no toque, nas pequenas (“grandes”) coisas. Afeto é o que fica em cada um/a de nós e vai com cada um/a que passa por nós.
Esse afeto que percebe que o educar vai muito mais além de toda a tecnologia pedagógica.
E terminamos com estas palavras fantásticas de uma professora da vida, Cora Coralina.
Que nos fazem pensar e refletir.
“Sou feita de retalhos”
“Pedacinhos coloridos de cada vida que passa pela minha e que vou costurando na alma. Nem sempre felizes, nem sempre bonitos, mas que me acrescentam e me fazem ser quem eu sou. Em cada encontro, em cada contacto vou ficando maior…
Em cada retalho uma vida, uma lição, um carinho, uma saudade que me tornam mais pessoa, mais humana, mais completa. E penso que é assim mesmo que a vida se faz, de pedaços de outras gentes que se vão tornando parte da gente também.
E a melhor parte é que nos nunca estaremos prontos, finalizados…haverá sempre um retalho novo para adicionar á alma.
Portanto obrigada a cada um de vocês que fazem parte da minha vida e me permitem engrandecer minha história com os retalhos deixados em mim.
Que eu também possa deixar pedacinhos de mim pelos caminhos e que eles possam ser parte das suas histórias.
E que assim, de retalho em retalho possamos nos tornar um dia, um imenso bordado, de nós”.
Maria João Cardoso
Educadora de Infância
Texto da equipa técnica da Barra