Em tempos conturbados como os que vivemos, é fácil olhar para o lado e pensar que a outra pessoa é que podia fazer diferente. E é nisso que com frequência focamos a nossa atenção e a nossa energia –a outra pessoa não cumpriu as regras, o Estado não decidiu da melhor forma, o mundo é cheio de injustiças e não faz diferença o que eu, enquanto ser único e individual, possa fazer. Nada mudará apenas com o meu comportamento, é uma gota num vasto oceano!…
Certo? Discordo!… Sugiro uma abordagem diferente, um legado deixado por Mahatma Gandhi – que sejamos a mudança que desejamos ver no mundo, porque a mudança começa com o nosso exemplo! Nos tempos difíceis e desafiantes que vivemos, vamos cumprir as regras – usar máscara, manter distanciamento social, praticar etiqueta respiratória, higienizar as mãos. Ao aplicar estas simples medidas no nosso dia-a-dia, mostramos respeito por nós, pelas outras pessoas, por quem nos governa e nem sempre sabe como gerir esta situação tão complexa, exigente e desgastante e por todos/as os/as profissionais cuidadores/as – ajudantes de ação direta, educadores/as de infância, médicos/as, enfermeiros/as, auxiliares de ação educativa e tantos/as outros/as.
Para quem acha que o pouco que faz não tem impacto, deixo as sábias palavras de Immanuel Wallenstein: “ Quem vencerá esta batalha? Ninguém pode prever. O resultado será determinado por uma infinidade de nano-ações, adotadas por uma infinidade de nano-atores, numa infinidade de nano-momentos. (…) O que cada um de nós fizer a cada momento, sobre cada assunto imediato, importa. Algumas pessoas chamam a isso “efeito borboleta”. O bater de asas de uma borboleta afeta o clima no outro lado do mundo. Neste sentido, somos todos borboletas hoje.”
Por Manuela Vieira Teixeira
Psicóloga, Diretora Qualidade/Gestão de Pessoas e Competências (CASCI)
d.qualidade@casci.pt